Pular para o conteúdo principal




E SE ESCUTÁSSEMOS NOSSO CORPO?

Muito provavelmente você já deve ter ouvido as expressões “um aperto no peito”, “um frio na barriga”, “um peso no estômago”, “uma pedra de gelo nas mãos”, “cabeça quente”, “nó na garganta” ou até mesmo as sentido “na própria pele”. Nosso corpo, a seu modo, traduz nossas histórias emocionais e nos oferece, a todo tempo, informações valiosas sobre nosso momento de vida. Será que estamos atentos às suas mensagens?



Neste mundo de preocupações, exigências, cobranças e excesso de afazeres, somos convidados, diariamente, a voltarmos o nosso olhar para o que acontece do lado de fora e, com isso, nossas necessidades íntimas, desejos e emoções vão ficando pouco escutadas, precisando, muitas vezes, de gritar para terem um pouco de nossa atenção. É assim que podem surgir os sintomas, (gastrites, dermatites, alergias, ansiedades, cefaléias, etc...), expressão de um profundo desencontro entre o meu Eu e o que necessita ser compreendido em mim. Falta espaço para nos perguntar: Como estou me sentindo?, ou simplesmente: Como o meu corpo está sentindo tudo isso que tenho vivido?


Eugene Gendlin, precursor da psicologia experiencial, propõe uma via de acesso à nossa sabedoria corporal, denominada Focusing ou Focalização. Esta é um importante recurso promotor de saúde emocional que visa recuperar, através da sua atenção, o conhecimento que seu corpo carrega de você mesmo, ou seja, ao reestabelecer a sua relação de confiança com seu corpo você será capaz de escutá-lo e, então, compreender-se melhor. Como já dizia o grande filósofo Merleau Ponty, “somos consciência corporizada”. Portanto, os sinais corporais quando são vistos, cuidados e expressados se tornam amigos de seu desenvolvimento pessoal e, ao serem significados e compreendidos, constituem uma verdadeira prevenção contra o despertar de adoecimentos físicos e/ou mentais. 



(Texto produzido pelas psicólogas Ana Lídia Mafra e Lilian Tarabal - Equipe CPH MINAS. Conheça-nos em www.cphminas.com.br).


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O PLANTÃO PSICOLÓGICO: UM ESPAÇO DE ESCUTA, ACOLHIMENTO E RESSIGNIFICAÇÃO O homem contemporâneo tem demandado novas formas de inserção do psicólogo; na verdade, uma nova postura, um novo olhar sobre ele. Portanto, necessitando de um profissional mais comprometido com o contexto social. A definição de clínica, em função disso, não pode mais se restringir ao local e à clientela que atende; trata-se, sobretudo, de uma postura diante do ser humano e sua realidade social, exigindo, portanto, do psicólogo, uma capacidade reflexiva continuamente exercitada em relação à própria prática, da qual se origine um posicionamento ético e político (Dutra, 2004). O plantão psicológico, segundo Oliveira (2005), acontece como um espaço que favorece a experiência, tanto do cliente como do plantonista, no qual o psicólogo se apresenta como alguém disposto, presente e disponível e não apenas como detentor do conhecimento técnico. E isto seria um estar junto, um inclinar-se na direção d...
COMO LIDAR COM A CULPA   Na vida, de forma geral,   estamos sempre nos responsabilizando pelos nossos atos. E isso é bom! No entanto, em alguns momentos, somos pegos, assumindo uma forma exacerbada com a perfeição que, ao percebermos falhas em nossas escolhas, damos permissão ao sentimento de culpa, gerando um desconforto interno.   Cada um de nós carrega a culpa por um motivo ou situação. Culpa pelas palavras duras ditas em uma discussão, culpa pelo fim de um relacionamento, culpa por não ter feito algo, culpa por dizer não ao filho, culpa por não saber dirigir, culpa por não saber falar inglês.   A lista pode ser interminável.    A culpa pode ser considerada paralisante, com isto,   comprometendo a relação da pessoa consigo mesma e com os outros. Devido a um alto grau de exigência, algumas pessoas podem se achar merecedora desse sofrimento, ocasionando uma má qualidade de vida e o adoecimento emocional. Não há uma disponibilidade para p...

A Interdependência como oportunidade de CUIDADO

A Interdependência como oportunidade de CUIDADO Apesar das grandes incertezas do momento que despertam em cada um de nós uma infinidade de sentimentos, estamos tocados pelo tema que está posto nas entrelinhas de todo o processo da Pandemia: a nossa real e profunda interdependência humana .   A afirmação das nossas diferenças culturais, religiosas, étnicas, ideológicas e outras mais, são convidadas, compulsoriamente, a darem lugar à consciência essencial de que somos HUMANOS concretamente entrelaçados a partir das nossas relações. E cada vez mais, as nossas distâncias vão nos aproximando da imperativa realidade da nossa mútua dependência. Outrora tão negada, nesse momento somos chamados a percebê-la a partir do reconhecimento elementar do que define a vida: o AR, respiramos a mesma existência desde que nascemos. Carl Rogers, importante psicólogo americano, há décadas nos orientava sobre essa realidade: “Aquilo que é mais pessoal, é o que há de mais geral...