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Hoje vamos falar sobre alguns sentimentos e emoções básicas em nossas vidas. Aproveitaremos para isso uma animação, vencedora do Oscar 2016, que se chama “Divertida Mente”, uma produção da Pixar com a Disney. Se passa dentro da cabeça de uma pré-adolescente de 11 anos e diz muito sobre a forma como lidamos com os sentimentos.

Longe de ser somente uma animação para crianças, "Divertida Mente" pode ajudar na compreensão do que se passa em nosso interior, os sentimentos básicos, emoções repentinas, o conflito entre uns e outros e, o mais importante, legitima todos os sentimentos e mostra sua importância. Pode auxiliar no diálogo com as crianças (inclusive nossas crianças interiores) para que elas aprendam a importância de entrar em contato consigo mesmas, tomar consciência de seus sentimentos e emoções, reconhecendo o papel que cada um tem em suas vidas.

Nos são apresentados cinco personagens bem caracterizados e distintos: alegria, tristeza, asco (como nojinho), medo e raiva. Cada um age e se faz presente no dia a dia de Riley, a protagonista. A animação nos facilita, dentre outras coisas saber que: Não existe sentimento MELHOR ou PIOR, todos são legítimos e necessários em nossas vidas, inclusive a TRISTEZA que tantas vezes é sufocada pela alegria, evitando o contato sem ouvir o que a tristeza e angústia têm a dizer. O MEDO e o ASCO também podem nos proteger, eles podem evitar riscos para nossa sobrevivência. Nos cabe buscar o equilíbrio para não sermos paralisados na tentativa e nos proteger. Não se pode viver somente na ALEGRIA e se isso fosse possível estaríamos vivendo com uma visão distorcida, de um mundo “cor-de-rosa”, perdendo a noção da realidade. A RAIVA estimula o potencial de defesa, de se indignar para evitar ou corrigir injustiças. Novamente o ponto está no equilíbrio, porque se ultrapassa os limites, ela se torna destrutiva.  As MEMÓRIAS são fixadas pelas emoções e muitas memórias são apagadas naturalmente, sendo algumas vezes até para nos proteger e ajudar a lidar com situações traumáticas e difíceis. As memórias influenciam em nossa personalidade e no filme são chamadas de “memórias base”, que ficam armazenadas e se transformam em memórias de longo prazo. E nosso arquivo de memórias é organizado por aproximação, por semelhança. 

Nos conhecer é poder encontrar uma maneira mais amorosa de autocuidado e do cuidado com o outro.

“Procuro despir-me do que aprendi, desencaixotar minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu…”
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

(Texto produzido pelas psicólogas Dalissa Vieira Teixeira e Maria Luíza Rocha de Andrade da Equipe CPH MINAS)
Saiba mais em www.cphminas.com.br

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