O convite da tristeza
A tristeza,
dentre outras coisas, é experienciada como dor, desesperança, desânimo e
desamparo. Quando entristecidos sentimos que nosso mundo e que nossas
possibilidades de ação perante a vida diminuem. Uma desagradável sensação de
restrição da nossa liberdade de nos projetar em nosso futuro se apodera de nós.
Ela surge da
não correspondência entre a realidade e nossas expectativas a ela relacionadas;
do contato com os limites de pessoas, relações, situações e/ou nossos próprios.
A frustração e a decepção decorrentes de tais circunstâncias é o que nos leva a
imergir na tristeza.
Apesar do amargor
inerente a este sentimento, é de extrema importância que ele seja vivenciado e
acolhido, pois que retém em si a possibilidade do “expurgo do idealizado”; a
possibilidade de abraçarmos a realidade e nos recolocarmos perante nossa
existência. Ou seja, permite que nos reorganizemos em relação ao mundo, à vida
e tudo o que neles há.
É fundamental
que exerçamos a capacidade de sentir
tristeza, caso contrário mantemo-nos à superfície de nossas experiências, o
que nos distancia de nós mesmos. Negando ou distorcendo esse sentimento, o que
provavelmente se segue é um estado de apatia, indiferença e/ou vazio
existencial.
Ao aceitarmos
sentir a tristeza, atravessamos esse processo e podemos assim “ouvir” o convite
que ela nos faz, ampliando a percepção de nossas possibilidades e escolhas e
retomando nossa potencialidade de vida.
Portanto, ir
às profundezas é o que permite reconectarmos com o sentido para o qual ela (a
tristeza) aponta. Sentido enquanto direção, mas sobretudo enquanto significado.
“A tristeza é um livro sábio que se tem no coração e que
nos diz centenas de coisas - impede-nos de apodrecer como um cogumelo debaixo
de uma árvore; pouco a pouco vai fabricando uma provisão de ensinamentos para a
vida.” Juliusz Slowacki
Acesse nosso site e saiba mais: www.cphminas.com.br
Comentários
Postar um comentário