Apesar da correria que o final de ano
traz, você já deve ter percebido que muitos de nós mergulhamos num intenso
movimento de revisão do que foi vivido ao longo do ano. É na iminência da
finitude que nos voltamos para a reflexão do que plantamos e colhemos nesses 12
meses. Algumas perguntas existenciais nos ajudam a compreender o que, como e
para quê vivemos. Afinal, qual o sentido da vida?
Realizar uma
retrospectiva nos ajuda a refletir sobre os enredos que experienciamos e também
a criar um espaço interno para possíveis ressignificações, sem nos limitarmos
às primeiras leituras. Assim, nossa humanidade vai sendo percebida e construída
a partir das respostas e sentidos que vamos atribuindo para nós mesmos e para o
mundo. É uma oportunidade para revisitar as nossas verdades mais íntimas
e perceber aquilo que desejamos abrir mão e o que desejamos carregar para a
construção de novas tecituras.
Despedimo-nos com
gratidão pelo bem e mal vividos e despertamo-nos para um novo alvorecer de
sentidos, experiências e possibilidades nas mais diversas áreas da
vida. Memórias se destapam, caminhos se abrem. Entramos em contato com nossos
mistérios e com sonhos esquecidos... Um verdadeiro balanço da existência que se
configura em nosso interior, acolhendo o que foi verdadeiramente vivido e
também não vivido.
E esse mesmo
processo que convida a pensar sobre o recente passado, convida especialmente
agora a lançar o olhar sobre o inacabado futuro, trazendo à tona a continuidade
do projeto de vir-a-ser. Talvez seja o momento de se perguntar: o que desejo
construir em meu novo ano? O que espero de mim? O que quero viver e cuidar?
Perguntas tão abertas que levam, inevitavelmente, a entrar em contato com a
responsabilidade diante da vida. É através das escolhas que se pode eleger o
que caberá ou não no novo ciclo, o deve ser focado e receber atenção daqui para
frente. A liberdade, então, se apresenta como real possibilidade a ser sentida
e verdadeiramente experimentada, constituindo, assim, a base da construção de
todo PROJETO DE VIDA.
Projetar a vida
consciente das adversidades e das várias possibilidades de realização e/ou de
frustração, seguir adiante, acreditar na renovação e na própria capacidade,
fazer da finitude uma motivação para a vida e para a transcendência, abrir mão
das escolhas e se tornar um morto-vivo, ficar preso ao passado, sobreviver de
futuro ou ir se construindo, sabendo-se sempre inacabado, mas consciente de que
a vida é vivida no corpo e acontece no presente... São muitas as
possibilidades!
Acreditamos nesse
processo de movimento e transformação chamado VIDA!
"O que vale na vida não é o ponto de
partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que
colher". Cora Coralina
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