Aceitação: uma grande aliada para a ressignificação de uma vida com diabetes
Está cada
dia mais comum a presença do diabetes entre nós. Mais e mais pessoas ficam
diabéticas em todo o mundo e o tratamento disciplinado e integral da
pessoa diabética é fundamental para uma vida saudável. Muitas vezes a não
aceitação dessa nova condição de vida se revela como uma das grandes barreiras
na busca de uma harmoniosa cooperação entre a pessoa que está diabética, os familiares
e os profissionais de saúde, como é desejado.
Diante do
novo, do desconhecido, é comum que se apresentem o medo, a insegurança a
necessidade de defesa psíquica. Didaticamente é possível descrever algumas fases
do processo que se desenrola. Lembrando que as fases não são estandardizadas,
sendo possível voltar a algumas delas em vários momentos da vida.
Temos,
então:
·
A negação
da nova realidade, não suportando, nem mesmo, falar sobre o assunto; podendo
vir a recusa do cuidado e do autocuidado.
·
Como não é possível continuar negando o diabetes
por muito tempo, pelas consequências que surgem, aparece a raiva. A pessoa sente-se “injustiçada”, podem surgir indagações do
tipo: “por que justo eu”?
·
Surge, então, a tentativa de reverter a situação
com promessas e barganhas,
negociando com Deus e consigo em troca da mudança.
·
Ao perceber que as tentativas de negociação não
trouxeram os resultados esperados, há uma tendência ao isolamento, um fechamento
em seu mundo interno, passando por uma fase de tristeza profunda, podendo
chegar a depressão.
·
Como uma superação das fases anteriores,
caminha-se para a aceitação! De si,
da nova condição de vida, da necessidade de cuidados diários, etc. A pessoa não
se encontra mais em desespero e começa a perceber que sua saúde, o bom controle
glicêmico e a qualidade de vida dependem dela, em grande medida.
A pessoa é
tomada de certa paz e tranquilidade quando entende que os fantasmas dos medos e
insegurança ficarão bem menores à medida que se apoia nos cuidados integrais e se
abre ao conhecimento do diabetes e ao autoconhecimento.
Somente à
medida que se conhece e se aceita com seu novo “estilo vida”, é possível
desenvolver o autocuidado, o autoamor, autonomia para gerir sua vida de maneira
saudável.
Logicamente
cada pessoa tem sua maneira e seu tempo de fazer esse caminho e não há receita
pronta, mas é quando se chega a aceitação, que mudanças construtivas e
necessárias ocorrerão.
“... Não podemos
mudar, não nos podemos afastar do que somos enquanto não aceitarmos
profundamente o que somos”[2].
[1]
ROGERS, C. Tornar-se Pessoa. 5ª
edição, pág. 20; São Paulo: Martins Fontes, 1997.
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